Brasileiros de origem luxemburguesa abrem sua padaria em Esch.
Descendentes de emigrantes luxemburgueses abandonaram sua padaria no Brasil e abriram uma nova na rua de l'Alzette.
Franziska Jäger - Jornalista
8/18/20244 min read


Se outras pessoas como Valdirene e Marcelo May vierem a Esch e oferecerem seu know-how, há esperança para a rua de l'Alzette, frequentemente mencionada sob o prisma do fechamento de comércios. Em junho, o casal brasileiro abriu uma padaria-confeitaria no número 24.
Lá, encontram-se chocolates típicos, bolos, doces, sucos frescos feitos de frutas exóticas como as bagas de açaí, raviólis recheados e pratos quentes. E não apenas na hora do almoço, mas sem interrupção. Uma sala espaçosa com paredes pintadas de azul claro, mesas de madeira maciça e bancos acolchoados convidam a permanecer.
Atrás da vitrine, há um bolo Floresta Negra com cerejas. Espere, Brasil? Uma torta de cerejas? Sim! E é aí que começa a história da família May.


A família luxemburguesa May emigrou para o Brasil em 1863: o trisavô de Valdirene, Paulus May, nasceu em 1821 em Vianden e era casado com Maria Lentz May, nascida em 1825 em Putscheid. Paulus May faleceu em Vianden em 1855, com apenas 34 anos.
Após a morte do marido, a viúva e seus filhos emigraram para o Brasil em 9 de maio de 1863. Eles se estabeleceram em Santa Catarina, um estado no sul desse vasto país. Naquela época, muitos imigrantes europeus partiram para o Brasil em busca de novas oportunidades.
Santa Catarina está localizada ao sul de São Paulo. A partir de 1820, colonos vieram para cá, principalmente da região alemã de Rhein-Hunsrück e da Pomerânia. Por isso, ainda se ouve muito o alemão nesta região. Um exemplo: Blumenau. É aqui que se celebra a segunda maior Oktoberfest do mundo, e isso por três semanas, mais tempo do que em Munique. Trajes tradicionais e bandas marciais estão incluídos. E sim, o bolo Floresta Negra também se tornou uma especialidade local.
Outro exemplo é Pomerode: o vilarejo está localizado no Vale Europeu. A região é chamada de "Vale Europeu" porque, além dos alemães, italianos e poloneses também se estabeleceram ali.






Mas voltando à família May: Francisco May, o pai de Valdirene, tem hoje 70 anos e vive em Joinville, Santa Catarina. Foi lá que Valdirene e seu marido Marcelo viveram até 2022.
Quando Luxemburgo declarou há alguns anos que os descendentes de antigos luxemburgueses tinham o direito de solicitar uma segunda nacionalidade, a notícia naturalmente se espalhou pelo Brasil. Assim, os adultos que não têm a nacionalidade luxemburguesa, mas têm ascendência luxemburguesa, podem obter a nacionalidade luxemburguesa. Eles não precisam passar por um teste de idioma.
"Eu naturalmente aproveitei a oportunidade", diz Valdirene em português. Já faz dois anos que o casal vive em Tétange com seus três filhos. O francês e o luxemburguês ainda são um desafio para o casal, que domina apenas algumas palavras. Mas as aulas de idioma continuam.
Em 2022, a família retorna às suas raízes.




No Brasil, Marcelo — de mãe polonesa e pai italiano — e Valdirene mantiveram uma padaria por 15 anos. Hoje, eles continuam suas atividades em Esch. Do sul do Brasil ao sul de Luxemburgo. "Nós nos sentimos muito bem aqui", diz Valdirene. "Muitos portugueses e brasileiros vivem aqui, queríamos nos estabelecer em Esch desde o início, e a cidade realmente nos apoiou muito."
Os clientes vêm de todas as partes do país. "Eles nos dizem que viram nossas confeitarias no Instagram." Na verdade, praticamente não passa um minuto sem que um cliente esteja presente no local. "Há clientes que vêm aqui todos os dias", diz Marcelo. No entanto, parece que ainda falta uma coisa: a baguete e o pão. "Nos pedem isso regularmente."
Eles estão surpresos com o sucesso? "Totalmente", diz Marcelo. "Nunca pensamos que nossos produtos seriam tão bem recebidos. O primeiro mês foi bom, o segundo ainda melhor." Eles começaram com quatro funcionários, agora são doze. Quase todo o pessoal é de origem brasileira, mas a maioria também fala francês e luxemburguês.
Tudo é produzido no local, das confeitarias à feijoada e à picanha. Marcelo é cozinheiro de formação. E uma segunda filial está prevista para 2025 na Cidade de Luxemburgo.
Este artigo foi publicado inicialmente no site do Luxemburger Wort e adaptado e publicado no site do Virgule.
Adaptação: Antony Speciale
Observação: Este artigo não possui autoria e propriedade da MAY Boulangerie & Patisserie, todo o artigo foi traduzido e publicado para fins de publicidade no site da MAY Boulangerie & Patisserie.
Link da matéria original: https://www.virgule.lu/luxembourg/des-bresiliens-d-origine-luxembourgeoise-ouvrent-leur-boulangerie-a-esch/17894560.html